XXIX Encontro Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental 2020

Dados do Trabalho


Título

UMA LEITURA DA ANALISE DO COMPORTAMENTO SOBRE FAMILIAS PARA CRIANCAS CEARENSES

Resumo

As modificações nas configurações familiares presentes na sociedade ampliou um cenário no qual a união matrimonial entre um homem e uma mulher não são o único modelo aceito culturalmente. Este estudo objetivou investigar a concepção de família para as crianças cearenses, por meio da representação gráficas e relatos verbais, utilizando como perspectiva teórica da análise do comportamento. Participaram da amostra 41 crianças com idades entre seis e 12 anos (M = 9,04 ; DP = 2,21), sendo 22 (53,6%) meninas e 19 (46,34%) meninos residentes do estado do Ceará. Foi pedido que as crianças desenhassem, de maneira individual, uma família e a caracterizassem. Aos responsáveis foi solicitado que preenchessem um questionário sociodemográfico. Os dados coletados no conteúdo dos desenhos e no questionário sociodemográfico, foram tabulados no software estatístico IBM SPSS e foram realizadas análises descritivas e Teste T. A maioria das crianças da amostra representou graficamente famílias tradicionais. No entanto, uma parcela representativa da amostra desenhou famílias não tradicionais. Sugere-se que isso pode sinalizar um questionamento da regra de que família é composta por homem, mulher e filho(a). Esse estudo sugeriu novas concepções empíricas e teóricas para analisar o desenho da família e indica a pertinência de melhor apreender como os múltiplos arranjos familiares são compreendidos pelas crianças.

Palavras chave

Família; crianças; análise do comportamento; desenho da família.

Minicurrículo do proponente

Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialista em Clínica Analítico-Comportamental pelo Paradigma - Centro de Ciências e Tecnologia do Comportamento (Centro Paradigma-SP). Graduada em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Coordenadora de Pesquisa e Extensão e docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Christus (Unichristus). Atualmente coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa em Análise do Comportamento (GEPAC/Unichristus) e é membro do Laboratório de Pesquisa e Práticas Clínicas (Escuta/Unichristus). Tem experiência na área clínica e educacional, com ênfase no atendimento individual e em grupo, terapia analítico-comportamental e terapias contextuais. Tem interesse pelas seguintes temáticas de estudo: terapias e intervenções comportamentais, terapias contextuais e análise do comportamento. E-mail de contato: pesquisapsicologia01@unichristus.edu.br.

Perfil do público alvo

Participaram da amostra 41 crianças com idades entre seis e 12 anos (M = 9,04 ; DP = 2,21), sendo 22 meninas (53,6%) e 19 meninos (46,34%) residentes do estado do Ceará. Os critérios de inclusão para a participação do estudo foram: a criança deveria ter entre cinco e 12 anos de idade; estar regularmente matriculada no Ensino Fundamental em escola pública ou privada; ter o consentimento livre e esclarecido para a participação da pesquisa e ter o assentimento verbal ou escrito da criança para participar da pesquisa. Das 41 crianças que participaram do estudo, 39 (95,12%) estavam matriculadas na escola pública e duas (4,88%) na escola particular. Conforme as informações declaradas no questionário sociodemográfico pelos responsáveis, as crianças da amostra tinham etnia negra (12,19%; n=5), parda (48,78%; n=20), branca (29,27%; n=12) e não responderam (9,75%; n=2).

População envolvida

Os respondentes do questionário foram em maioria mães (92,68; n=38), sendo o restante da amostra madrasta (2,44%; n=1), avó (2,44%; n=1) e tio (2,44; n=1). A idade dos respondentes variou entre 26 e 58 anos (M = 35,9; DP = 5,64). No que corresponde à escolaridade das mães, a maior parte delas havia concluído o Ensino Médio (39,2%, n=16), Ensino Fundamental e o Ensino Superior obtiveram o mesmo resultado (21,95%; n=9) e analfabetas (14,63%; n=6). A média de horas diárias em que elas relataram passar fora de casa variou entre 0 e 10 horas, sendo uma média de 7,26 (DP = 5,87).
O relacionamento entre os pais das crianças da amostra eram, principalmente, caracterizados pelo casamento civil/religioso (41,5%; n=17) e união estável (17,1%; n=7). No entanto, 31,7% (n=13) relataram que houve divórcio entre os genitores das crianças da amostra. Quanto aos relacionamento dos genitores, o tempo em que permaneciam juntos variou de quatro a 25 anos, sendo uma média de 14,4 anos (DP = 5,29).
No que corresponde à renda familiar, a maioria das famílias possui até um salário mínimo mensal (56,1%; n=26) ou de um a três salários mínimos (21,95%; n=9). Dos genitores, a maioria dos pais e mães trabalham (63,41%; n=26), no entanto, houve a ausência de preenchimento dos dados paternos em 12 (29,27%) questionários, pois os mesmos não faziam não parte do convívio com as crianças da amostra.

Área

Cultura

Autores

ADRIANE DE SOUSA COSTA, IGOR AZEVEDO DE SOUSA, JULIANA DE OLIVEIRA MONTEIRO, CLARA LUIZA GONÇALVES ALMEIDA DIAS, LUIZA MICHEEL COTY TABAJARA LEITE DE BARROS CARTAXO DE ARRUDA, ILANA CAMURCA LANDIM