XXIX Encontro Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental 2020

Dados do Trabalho


Título

CONTRIBUIÇOES DA ANALISE DO COMPORTAMENTO PARA A EDUCAÇAO SUPERIOR EM TEMPOS DE PANDEMIA

Resumo geral

A pandemia da COVID-19 vem sinalizando que o distanciamento físico entre pessoas deverá ser realizado por longos períodos. Para que a Educação Superior não cesse durante tal período, promovendo atrasos no desenvolvimento econômico e social do país, certos aspectos das Instituições de Ensino Superior (IES) necessitam ser caracterizados, manejados e garantidos para promoção de uma educação de qualidade. É objetivo desta sessão coordenada examinar possíveis aplicações da Análise do Comportamento a processos educacionais como uma forma promissora para conduzir a Educação Superior durante a pandemia. Esta sessão, será constituída por três apresentações. Na primeira, será diferenciada a Educação a Distância do tipo de ensino que está sendo feito nas IESs: o Ensino Remoto Emergencial. Essa distinção constitui uma denúncia do caráter improvisado das mudanças implementadas pelas IESs e sinaliza condições importantes a serem garantidas por essas instituições (e.g., estrutura informacional adequada, suporte técnico, treinamento a professores e alunos). Na segunda, serão propostas diretrizes para gestores universitários. Nela, serão examinadas variáveis que cabem ser caracterizadas e manejadas por esses agentes para que a Educação Superior seja desenvolvida com qualidade, como o conceito de ensino superior, acesso à internet e a plataformas digitais e o desenvolvimento de repertórios comportamentais específicos em professores e alunos que viabilizem o planejamento e a execução do ensino em ambientes remotos. Na terceira, serão propostas diretrizes para professores planejarem, executarem e avaliarem ensino em ambientes digitais com base nos princípios e fundamentos da Programação de Condições para Desenvolvimento de Comportamentos. A expectativa é que os exames a serem realizados constituam recursos para viabilizar qualidade da Educação Superior e a segurança sanitária durante a pandemia.

Palavras-chave: Ensino Remoto Emergencial. Educação a Distância. Pandemia. Programação de Ensino. Gestão universitária.

Resumo participante 1

Ensino Remoto Emergencial na Pandemia: Do improviso precário ao planejamento viável

Em função da pandemia, as atividades de ensino presenciais foram suspensas para mais de 90% dos estudantes no mundo. Em grande parte das instituições de ensino superior a adoção do ensino remoto ocorreu de modo improvisado. Embora em algumas publicações seja destacado que as instituições estão adotando "Ensino a Distância" (EaD), a utilização desse conceito é equivocado no atual contexto. EaD é um termo que abrange a história de desenvolvimento da modalidade de ensino no qual professores e estudantes estão separados fisicamente, mas que há oferta de estrutura informacional adequada, suporte técnico aos professores e estudantes, elaboração e entrega de materiais didáticos, além de apoio pedagógico aos estudantes e treinamento dos professores nas tecnologias utilizadas. Além disso, o EaD possui marcos legais que regulamentam a oferta de cursos formais nessa modalidade e dados que demonstram a sua efetividade. De modo distinto, o que passou a ocorrer no contexto da pandemia foi a oferta improvisada das disciplinas, sem dimensionamento das condições de ensino e de aprendizagem de professores e alunos, nem das condições de infra-estrutura e de tecnologia disponíveis pelas próprias instituições. Essa forma improvisada de ensino passou a ser designada, na literatura, por ensino remoto emergencial (ERE). Embora EaD e ERE sejam modalidades distintas, é possível elevar o grau de qualidade de um ERE a patamares mais próximos do EaD, se respeitados fundamentos e princípios básicos do EaD. O objetivo desta apresentação é examinar a distinção entre EaD e ERE, analisar os riscos envolvidos na adoção acrítica do ERE pelas instituições de ensino superior e examinar alternativas que poderiam elevar o grau de qualidade das condições de ensino ofertadas neste período emergencial, se conceitos e procedimentos do campo da EaD forem considerados no planejamento das condições de ensino.

Palavras-chave: Ensino Remoto Emergencial. Educação a Distância. Pandemia. Programação de Ensino.

Resumo participante 2

Diretrizes para a Gestão da Educação Superior na Pandemia: Contribuições analítico-comportamentais

Para viabilizar Educação Superior de qualidade durante a pandemia, cabe aos gestores universitários (reitores, pró-reitores, coordenadores de cursos etc.) caracterizarem e manejarem variáveis de múltiplos âmbitos nas instituições que coordenam e dirigem. O objetivo desta apresentação é examinar e propor variáveis a serem caracterizadas e manejadas por esses agentes de modo a viabilizar Educação Superior de qualidade. Uma delas é o próprio conceito de Educação Superior. O que deve constituir o ensino nesse nível é o desenvolvimento de comportamentos que capacitem o futuro profissional a caracterizar necessidades sociais com base no conhecimento científico e filosófico e propor, executar e avaliar atuações profissionais em relação a elas, o que supera a concepção de ensino como “transmissão de conhecimento”. Outras variáveis a serem consideradas pelos gestores envolvem as condições de trabalho e de estudos de professores e estudantes. Algumas variáveis são de ordem técnica e tecnológica, como acesso a computadores, internet e plataformas de comunicação, outras envolvem o repertório comportamental dos professores e dos estudantes para além daqueles requeridos para o uso de plataformas digitais. No caso dos professores, os repertórios críticos envolvem preparar e executar ensino em ambiente remoto e avaliar o desempenho dos estudantes. Em relação aos estudantes, o repertório crítico consiste sobretudo no manejo das próprias condições de ensino (ambiente de estudo, cronogramas etc.) e o desenvolvimento de repertórios mais autônomos e sofisticados de estudo, como leitura, escrita e argumentação, sempre necessários ao estudante de nível superior, mas ainda mais fundamentais no ambiente remoto. O estabelecimento dessas contingências por parte de gestores universitários é fundamental para desenvolver repertórios exigidos aos processos e estudantes de ensino superior em ambiente remoto e para garantia da qualidade da Educação superior durante a pandemia.

Palavras-chave: Programação de Ensino. Educação de Nível Superior. Pandemia

Resumo participante 3

Como promover aprendizagens na pandemia? Diretrizes para Professores do Ensino Superior

Quais são as características dos comportamentos profissionais (que deveriam ser) desenvolvidos no ensino superior e que os diferenciam de outros níveis? Quais variáveis um professor deve considerar ao planejar o ensino de nível superior? Quais são as variáveis específicas que devem ser avaliadas em um contexto de pandemia? O objetivo desta apresentação é propor encaminhamentos para essas questões - urgentes na atual conjuntura educacional brasileira. Serão apresentados também exemplos práticos de soluções criadas por professores para garantir a qualidade do ensino em situação de pandemia. Os encaminhamentos e as soluções propostas estão pautadas na Programação de Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos (PCDC), uma subárea da Análise do Comportamento, responsável pela produção de conhecimentos e tecnologias sobre processos envolvidos ao programar condições de ensino, que incluem caracterizações de necessidades sociais, descobertas de comportamentos e planejamento de processos de ensino-aprendizagem. Os encaminhamentos que serão debatidos indicam que no ensino superior deve-se capacitar futuros profissionais para caracterizar necessidades sociais e, então, propor intervenções eficazes a partir do conhecimento científico. Como parte dessas atuações, os profissionais devem avaliar os resultados de seus trabalhos e identificar como aperfeiçoá-los, considerando diversas variáveis, como as sociais, ambientais, políticas, econômicas, dentre outras. Logo, como ponto de partida para propor objetivos de aprendizagem, é preciso que professores avaliem a função do ensino superior e a função social dos profissionais que precisam capacitar, bem como as condições de estudo dos alunos e as próprias condições de trabalho. Esse destaque é um alerta para que professores não transponham o trabalho realizado no ensino presencial para o ensino remoto sem considerar as premissas anteriores, em função da alta probabilidade de que isso seja pouco eficaz em relação à aprendizagem.

Palavras-chave: Ensino superior; Formação de professores; Programação de Ensino.

Resumo participante 4

Não se aplica

Resumo participante 5

Não se aplica

Minicurrículo do proponente

Hélder Lima Gusso é psicólogo pela Universidade Federal do Paraná, doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina e professor adjunto dessa instituição. Analista do Comportamento acreditado pela ABPMC (054/2015)

População envolvida

Não se aplica

Perfil do público-alvo

Intermediário

Área

Educação

Autores

HÉLDER LIMA GUSSO, GABRIEL GOMES DE LUCA, MARCELO HENRIQUE OLIVEIRA HENKLAIN, NÁDIA KIENEN, ALINE BATTISTI ARCHER, MARIANA GOMIDE PANOSSO, OTÁVIO BELTRAMELLO, VALQUIRIA MARIA GONÇALVES, FERNANDA BORDIGNON LUIZ, FERNANDA TORRES SAHÃO