XXIX Encontro Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental 2020

Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DOS ESTRESSORES CRONICOS E MODERADOS SOBRE A AQUISIÇAO DE UMA DISCRIMINAÇAO SIMPLES APOS DIFERENTES INTERVALOS DADO O TERMINO DO PROTOCOLO DE ESTRESSORES.

Resumo geral

Willner, Towell, Sampson, Sophokleous e Muscat (1987) verificarem que ratos que inicialmente apresentavam uma preferência por água adocicada em relação à água pura ao serem expostos a um conjunto de estímulos estressores moderados e incontroláveis - chamado por eles de Chronic Mild Stress (CMS) – diminuíram essa preferência, o que foi considerado um indicador de anedonia por esses autores. Vários estudos não têm conseguido replicar esses dados nem quando avaliam a preferência de água adocicada usando os mesmos testes empregados por Willner et al. (1987), nem quando empregam outros procedimentos envolvendo respostas instrumentais. A análise das pesquisas da área aponta uma série de aspectos que variaram nos diferentes estudos como a quantidade de testes de preferência, os esquemas de reforçamento, as condições de privação dos animais, os componentes do Protocolo de Estressores (PE). Rocha (2013) apresentou dados sugerindo que o PE pode prejudicar a aquisição de uma discriminação operante, mas esses resultados não foram replicados por Fonseca Júnior, Castelli & Oliveira 2015. A comparação entre esses dois estudos mostra que o intervalo de tempo entre o término do PE e o início do treino discriminativo foi diferente, uma vez Rocha (2013) iniciou o treino discriminativo no dia seguinte ao término do PE e Fonseca Jr. et al. (2015) somente 35 dias após o término do PE. O presente trabalho teve por objetivo avaliar se a submissão ao PE afetaria diferencialmente a aquisição de um desempenho discriminativo dependendo do intervalo de tempo entre o término do PE e o início do treino discriminativo. Para isto comparou três intervalos 1, 15 e 35 dias. Participaram deste estudo 16 ratos machos da raça Wistar, experimentalmente ingênuos, provenientes do laboratório de Psicologia Experimental da PUC-SP. Os sujeitos foram nomeados de S1 a S16 e foram distribuídos em quatro grupos de forma aleatória. Após completarem 60 dias de vida, os ratos foram alojados individualmente e foram pesados diariamente e tiveram os consumos de água e de ração na gaiola-viveiro mensurados diariamente. Todos os sujeitos foram submetidos a 23 horas de privação de água e de ração apenas antes dos testes de consumo - esquema de privação idêntico ao empregado por Willner et al. (1987). Quando os sujeitos completarem 90 dias de vida, foi realizado o primeiro teste de consumo de água com sacarose colocando-se na gaiola viveiro uma garrafa contendo duas gramas de sacarose diluída em 98 ml de água (100 ml de solução água-sacarose) durante uma 1 hora. Sete dias após o primeiro teste, um segundo teste foi realizado seguindo a mesma rotina. Todos os testes foram realizados no mesmo horário e dia da semana. Sete dias após o segundo teste com uma garrafa, foi realizado o primeiro teste com duas garrafas, uma contendo 100 ml de água e a outra 100 ml de solução água-sacarose com o objetivo de avaliar a preferência dos animais. Os testes com duas garrafas foram realizados semanalmente até o final do experimento num total de 19 testes (4 antes, 6 durante o PE e 9 depois). Durante o treino discriminativo todos os animais foram privados de água durante 23h30 diariamente, exceto nos dias que antecediam os testes de consumo nos quais permaneciam privados de água e de ração por 23h à semelhança do que ocorreu no estudo de Willner et al. (1987). Ao término de cada sessão os animais tinham livre acesso à água na gaiola-viveiro por 30 minutos e em seguida eram privados somente de água por 23h30. Os grupos controle e o grupo discriminação 1 foram submetidos ao treino discriminativo um dia após o termino do PE. Os grupos discriminação 15 e discriminação 35 foram submetidos ao treino discriminativo 15 e 35 dias após o término do PE, respectivamente. Após as três sessões nas quais a resposta de pressão à barra foi reforçada nos esquemas CRF, FR2 e FR4, iniciou-se o treino discriminativo que consistiu em reforçar a resposta de pressão à barra na condição luz (S+) com o esquema FR4 e não reforçar esta reposta na ausência de luz (S-). Cada componente do esquema múltiplo durou 60 segundos, e os componentes foram apresentados de forma aleatória, de modo que o mesmo componente não pudesse ser apresentado mais do que três vezes seguidas à semelhança do que ocorreu no estudo de Fonseca Júnior et al. (2015) começando-se cada sessão sempre com o componente (S+). As sessões foram realizadas diariamente, exceto às terças (dia em que eram realizados os testes de consumo) e o critério de encerramento de cada sessão foi a obtenção de 50 reforços ou após 40 minutos de sessão, o que ocorresse primeiro. Essa fase foi finalizada após cada animal ser submetido a oito sessões. Após o término do treino discriminativo, todos os sujeitos foram expostos a uma sessão em que foram apresentadas diferentes intensidades de luz, a saber, 0% (0 lux), 25% (16 lux), 50% (112 lux), 75% (277 lux) e 100% (486 lux) na condição de extinção. Os resultados mostraram que os pesos dos animais submetidos ao PE diminuíram significativamente (p=0,000) em vigência do PE em comparação aos sujeitos do grupo controle (não submetidos ao PE). O consumo de solução água-sacarose aumentou significativamente para os animais submetidos ao PE (p=0,000), contrariamente ao que prevê o modelo de anedonia proposto por Willner et al. (1987). O consumo semanal de ração e de água na gaiola-viveiro também aumentou em vigência do PE. A comparação das porcentagens de respostas na presença de S+ nas três primeiras sessões do treino discriminativo pelo teste Kruskal-Wallis indicou não ter ocorrido uma diferença significativa no desempenho dos quatro grupos no início do treino discriminativo (p=0,860). Uma análise equivalente foi feita comparando-se os índices discriminativos nas três últimas sessões do treino discriminativo, indicou não ter havido tampouco uma diferença significativa entre eles (p=0,395). Esses resultados indicam que a submissão ao PE não teve efeito sobre o desempenho discriminativo nos diferentes intervalos empregados. Discute-se a validade do modelo CMS. Palavras-chave: Análise do Comportamento, Chronic Mild Stress, controle de estímulos, sacarose, ratos, desempenho discriminativo.

Resumo participante 1

Prezado(a), parecerista.

O presente trabalho foi enviado erroneamente como sessão coordenada, o mesmo é aplicável à comunicação oral.
Desse modo, não temos resumo dos demais participantes. Entrei em contato com a comissão científica e aguardo um retorno.

Atenciosamente,

Paulo Eduardo da Silva

Resumo participante 2

Prezado(a), parecerista.

O presente trabalho foi enviado erroneamente como sessão coordenada, o mesmo é aplicável à comunicação oral.
Desse modo, não temos resumo dos demais participantes. Entrei em contato com a comissão científica e aguardo um retorno.

Atenciosamente,

Paulo Eduardo da Silva

Resumo participante 3

Prezado(a), parecerista.

O presente trabalho foi enviado erroneamente como sessão coordenada, o mesmo é aplicável à comunicação oral.
Desse modo, não temos resumo dos demais participantes. Entrei em contato com a comissão científica e aguardo um retorno.

Atenciosamente,

Paulo Eduardo da Silva

Resumo participante 4

Prezado(a), parecerista.

O presente trabalho foi enviado erroneamente como sessão coordenada, o mesmo é aplicável à comunicação oral.
Desse modo, não temos resumo dos demais participantes. Entrei em contato com a comissão científica e aguardo um retorno.

Atenciosamente,

Paulo Eduardo da Silva

Resumo participante 5

Prezado(a), parecerista.

O presente trabalho foi enviado erroneamente como sessão coordenada, o mesmo é aplicável à comunicação oral.
Desse modo, não temos resumo dos demais participantes. Entrei em contato com a comissão científica e aguardo um retorno.

Atenciosamente,

Paulo Eduardo da Silva

Minicurrículo do proponente

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Nove de Julho - Uninove (2008-2013), Mestrado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2013-2015) e Doutorado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015-2020). Foi supervisor de estágio clínico em Análise do Comportamento na Universidade Ibirapuera (04/2018 a 12/2018) e professor, orientador, supervisor de estágio clínico e membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) na Universidade Paulista (03/2018 a 12/2019). Atualmente é professor e supervisor de estágio clínico na Universidade Anhembi Morumbi. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Análise do Comportamento, atuando principalmente nos seguintes temas: Behaviorismo Radical, Análise do Comportamento, Chronic Mild Stress, Modelos animais de psicopatologia, Incontrolabilidade e terapia analítico-comportamental. É Membro associado da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC).

População envolvida

Dezesseis ratos machos da raça Wistar, experimentalmente ingênuos, provenientes do laboratório de Psicologia Experimental da PUC-SP. O presente trabalho foi aprovado pelo CEUA (Comitê de Ética e no Uso de Animais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Número do processo: 26/2019.

Perfil do público-alvo

Pesquisa básica, modelos experimentais, depressão, behaviorismo radical

Área

Processos Comportamentais Básicos

Instituições

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP - São Paulo - Brasil, Universidade Anhembi Morumbi - São Paulo - Brasil

Autores

PAULO EDUARDO SILVA, FANI ETA KORN MALERBI