XXIX Encontro Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental 2020

Dados do Trabalho


Título

“RELACIONAMENTO ABUSIVO – O ABUSO PSICOLÓGICO SUTIL APRESENTADO COMO QUEIXA DE DEPRESSÃO PÓS PARTO”.

Resumo

Lia, 35 anos, casada, mãe de Rita. Procurou psicoterapia queixando-se de alterações de humor após o nascimento da filha. “Eu me sinto confusa, é como se eu tivesse perdido a minha identidade.” Queixou-se dos sentimentos de tristeza e insegurança que ela experimentava com relação ao marido. “Eu não sinto segurança no meu casamento, sinto que eu nunca posso contar com ele.” Lia relatou que se sentia deprimida e estava pensando em se separar. “Eu fiquei muito insegura na gravidez e depois que ela nasceu. Acho que é uma depressão pós parto”. Lia relatou que se sentia acusada pelo marido: “Se eu quero chamar uma amiga para tomar um café, ele diz que vou ficar lembrando de coisas da época em que eu saía e ‘dava pra todo mundo’.” O relacionamento tinha como base o abuso: ele a acusava, usava fatos do passado contra ela e a ofendia. Lia relatava exaustão e apresentava comportamentos que eram efeitos psicológicos do relacionamento abusivo: sentimento de culpa excessivo, insegurança e confusão. “Eu nem sei mais o que eu sinto, ele me deixa confusa, me sinto culpada o tempo todo.” Alguns dos objetivos e procedimentos terapêuticos adotados foram: confirmar a relação abusiva, disponibilizar conteúdos relativos ao tema; apresentar os conceitos de ciclo da violência e escalonamento; identificar os tipos de abuso presentes na relação; ajudá-la a resgatar o contato com possíveis fontes de apoio; identificar os efeitos psicológicos do abuso; identificar habilidades, atividades reforçadoras e projetos que pudessem fortalecê-la; discutir estratégias para o planejamento do término da relação abusiva e acompanhar a cliente durante o processo de retomada do centro de sua própria vida e auxiliá-la diante das dificuldades pós separação. Resultados: Lia saiu do isolamento, fortaleceu sua rede de apoio e divorciou-se. Ela retomou alguns projetos profissionais e pessoais. A hipótese de depressão pós parto foi descartada ao longo do processo psicoterapêutico.

Palavras Chave

Palavras chave: Relacionamento Abusivo, Abuso Psicológico, Depressão Pós Parto, Metodologia Não Era Amor.

Minicurrículo do proponente

Mariana Bília Arthur, psicóloga graduada pela Unimep (2009), Especialista em Psicologia Clínica pelo Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento (ITCR Campinas) onde atuou como supervisora do curso de Especialização. Atua há onze anos na área clínica, possui experiência em trabalhos multidisciplinares e é parceira/integrante da Não Era Amor, um projeto que atende mulheres que estão ou saíram de relacionamentos abusivos.

População envolvida

Mulheres que estão ou saíram de relacionamentos abusivos.

Perfil do público alvo

Psicólogos, Médicos e estudantes de graduação nas áreas de Psicologia e Medicina.

Área

Intervenção Clínica no Consultório

Autores

MARIANA BILIA ARTHUR, POLLYANNA SILVA ABREU